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Equipamentos

Os equipamentos públicos ou privados representam um elevado desafio para o arquiteto na exata medida em que obrigam a projetos de arquitetura desenhados para acomodar a diversidade de utilizadores com ou sem mobilidade condicionada. Por conseguinte, isto significa o cumprimento de um vasto leque de legislação e a sujeição a vários pareceres externos à câmara municipal.
As soluções a adotar nos equipamentos têm também de ser de elevada resistência dada a utilização frequente e muitas vezes pouco cuidada. Isto é, os gastos com a manutenção são também importantes e devem ser acautelados os acabamentos apropriados e as estratégias mais eficientes do ponto de vista térmico e energético.
As escolas, os infantários, as creches e o atelier de tempos livres são os programas mais comuns no caso dos equipamentos escolares. Os tribunais, as secções de proximidade, os museus, os espaços desportivos, culturais e de lazer, assim como os edifícios de carácter administrativo são outros equipamentos públicos que entram também dentro desta categoria.

Como criar um equipamento?

Existe uma grande parte de equipamentos de uso público que podem ser de facto promovidos por entidades privadas. Contudo a sua criação, desenvolvimento e manutenção requer muito maiores cuidados que uma entidade pública uma vez que o seu mau planeamento implica riscos reais para os gestores e respetivas empresas. No caso do sector público está apenas em causa a rigorosa gestão dos dinheiros públicos e a avaliação política ou disciplinar que daí possa advir.

Equipamentos públicos

No caso dos equipamentos públicos, estes são obviamente promovidos por entidades públicas e como tal têm de se reger pela legislação em vigor no regime de contratação pública. Nalguns casos o concurso público pode ser necessário de acordo com o valor base pretendido, noutros casos, um convite para apresentação de propostas pode ser o método mais transparente e expedido para decidir sobre um ajuste direto.

Equipamentos privados

Os equipamentos privados, sendo como é normal promovidos por empresas, obedecem a maior liberdade de gestão, mas também um maior escrutínio por parte dos acionistas. Todavia, sendo privados, por mais paradoxal que possa parecer, a regulamentação é também superior. Desse modo, o investidor deverá ter em atenção que atua num sector altamente legislado. Deve assim contactar um gabinete de arquitetura e informar-se sobre todas as implicações legais a que o seu negócio deve obedecer. Da nossa parte estamos sempre disponíveis para o ajudar.

Como criar uma escola?

As escolas privadas ou equipamentos escolares privados devem ser criados mediante uma criteriosa análise das carências dos alunos e dos recursos socioeconómicos das famílias que os apoiam. Nesse sentido deverá ser do mesmo modo compreendido o papel da mais valia da escola privada e do que esta pode representar para os resultados escolares. Logo que bem definidos esses objetivos deverá ser elaborado um programa base dos espaços ou valências necessárias para incluir na escola de modo a atingir na plenitude os objetivos traçados. Deverá também contactar a direção regional de educação respetiva e auscultar as considerações que esta tem a fazer.

Como criar uma creche?

Uma creche deverá ser desenvolvida sempre tendo em conta a enormes dependências que os bebés têm das famílias que os educam. Isto significa compreender muito bem as necessidades dos pais em termos de deslocações para o trabalho e residência. Assim, a análise destes movimentos pendulares permite compreender o melhor modo de posicionar o investimento de modo a fornecer o serviço de maior qualidade possível. Ouvir a segurança social é também importante de modo a compreender como o estabelecimento se deverá posicionar relativamente às carências sociais detetadas por este organismo.

Como criar um infantário?

O infantário é no fundo o alicerce educativo que orientará os primeiros passos da criança. Ou seja, organiza também a sua futura entrada no ensino básico. Assim, os pais estão nesta fase mais disponíveis para abdicar de alguma proximidade física. Contudo, só o fazem se isso significar um importante desenvolvimento no projeto educativo do seu filho. Desse modo, o cuidado estudo dos objetivos dos pais deverá levar a uma resposta precisa. Contudo, esta resposta deverá fornecer um plano educativo que represente uma clara mais valia relativamente à oferta existente. Em resumo, esses valores deverão ser transmitidos num programa base que permitirá um projeto rigoroso dos arquitetos e engenheiros.

Como criar um atelier de tempos livres?

Um equipamento escolar que pretenda estimular novas competências e consolidar os conhecimentos em aquisição consiste num serviço altamente valorizado. Assim, um ATL ou atelier de tempos livres pode oferecer um regime de colónia de férias ou simplesmente complementar a vida familiar e profissional dos pais. O conhecimento destas características e do panorama escolar da área de influência permitirá portanto traçar um bom plano de negócios e um serviço de qualidade aos alunos.

A importância do arquiteto num equipamento

Quer seja público, quer seja privado, o papel do arquiteto consiste por um lado na garantia do escrupuloso cumprimento de uma legislação altamente exigente, e consiste por outro numa garantia de cumprimento dos objetivos traçados pelo dono de obra e da adequação dos mesmos às características estéticas, sociais, culturais da população alvo e do contexto envolvente.

O arquiteto e a escola

No caso dos equipamentos escolares, o arquiteto é também o provedor dos dois intervenientes fundamentais no ensino: o aluno e o professor. Todavia, o desequilíbrio entre cada um destes atores levará inexoravelmente a um ensino pouco ajustado às necessidades de hoje. O arquiteto garantirá assim segurança de todos, a qualidade dos instrumentos e infraestruturas presentes no processo de ensino e por fim garantirá um ambiente acolhedor para professores e alunos.

O arquiteto e a creche

No caso das creches o arquiteto atua como um criador de um ambiente altamente familiar, acolhedor e seguro para a criança e eficiente para os educadores e auxiliares. Ou seja, o conhecimento destes objetivos e do investidor torna o num profissional fundamental para o sucesso do investimento.

O arquiteto e o infantário

Um infantário é um estabelecimento onde as crianças começam a ter muito maior mobilidade. Ao mesmo tempo é também maior a participação dos pais nas atividades do equipamento. O arquiteto torna-se assim fundamental para estabelecer as condições mais favoráveis de segurança, conforto e funcionalidade para as crianças, educadores, auxiliares e pais.

O arquiteto e o ATL

A acessibilidade e a boa gestão do investimento inicial e da sua manutenção, a par com as características da oferta de serviços são os critérios mais importantes para o sucesso de um ATL. Em suma, o arquiteto é o técnico mais competente para avaliar estes aspetos e encontrar soluções competitivas, de baixa manutenção e eficientes para estas questões.

Tipos de equipamentos

A natureza dos equipamentos abertos ao público é sempre diversificada pois possui necessidades e fins muito específicos. Embora se possam considerar outros tipos de equipamentos comos os relacionados com a atividade turística ou de saúde, a especificidade destes merece um olhar mais atento e um capítulo próprio como descrito na página de usos.

Equipamentos escolares

Os equipamentos escolares têm requisitos especiais de segurança e de qualidade uma vez que albergam crianças de idades diferenciadas. Desse modo, conheça em seguida os espaços necessários e as valências obrigatórias segundo a legislação em vigor.

Espaços necessários para uma escola do Ensino Básico

O ensino básico inclui diversas funções obrigatórias a incluir numa escola como por exemplo:

  • Vestíbulo
    Sempre associado ao vigilante e à identificação de todos que entram na escola.
  • Salas de atividades
    No mínimo são necessárias quatro atividades. São comummente conhecidas como salas de aula. Por conseguinte, deverão incluir mesa do professor, quadros e mesas e cadeiras de alunos. Deverá ainda ser incluída uma banca com pio para limpeza e atividades como a pintura. Cabides para alunos e um arrumo autónomo são também requisitos par estes espaços.
  • Salas de atividades extracurriculares
    Nestes espaços poderão ser desenvolvidas atividades relacionadas com a expressão plástica, a música, ou outras.
  • Ginásio
    Zona direcionada para a prática desportiva. Deverá ser incluído um balneário com WC, vestiário e duches, ambos separados em zona masculina e feminina. A área deverá ser proporcional ao número de alunos
  • Sanitários das crianças
    Também estes espaços deverão estar separados em zona masculina e feminina e permitir acesso a deficientes ou pessoas de mobilidade condicionada.
  • Serviços administrativos
    Deverão obrigatoriamente incluir secretaria e gabinetes de professores e direção.
  • Zona do Pessoal docente e não docente
    Nestes espaços incluem-se os WC, vestiários com cacifos, a sala dos professores (descanso e reuniões) e a sala do pessoal muito importante no caso das escolas maiores.
  • Recreio exterior e interior
    Zona destinada às atividades lúdicas mais autónomas das crianças e com forte componente de sociabilização entre estas.
  • Serviços técnicos
    Poderão ser necessários outros espaços como é o caso da reprografia ou oficina de manutenção em escolas de maior dimensão.

Espaços necessários numa Creche

Uma creche é um equipamento preparado para apoiar o desenvolvimento de bebés e crianças até aos 3 anos. Trata-se por isso de um equipamento altamente regulamentado pela segurança social. Desse modo, conheça em seguida alguns dos espaços necessários.

Bebés até 1 ano

Também conhecido como berçário, os requisitos são os seguintes:

  • Sala de atividades para bebés
    É no fundo o espaço principal onde se desenvolvem as atividades de desenvolvimento do bebé.
  • Sala de dormir
    Sala com berços separados onde em perfeito conforto os bebés podem dormir.
  • Zona de higienização
    Trata-se do espaço onde se desenvolvem os cuidados higiénicos do bebé como a mudança de fraldas ou o banho. Deverá possuir uma banheira e todos os utensílios e materiais para banho, assim como as prateleiras com todo o material para mudança de fraldas.
  • Copa com banca e pio
    Trata-se da zona para preparação de biberão e papas.
Sala de 1 ano

Esta sala, legalmente não necessita de nada mais do que a sala de atividades de 1 ano. Contudo nada impede acrescentar outras valências. A área deverá ser proporcional ao número de alunos.

Sala de 2 anos

Esta zona segundo a legislação em vigor também não necessita mais do que a sala de atividades para as crianças com uma área de acordo com o número de crianças.

Espaços comuns

Zonas que são de uso partilhado pelas crianças e pessoal docente e não docente.

  • WC de crianças
    Este espaço é fundamental para as crianças adquirirem hábitos de controlo das fezes e urina. Deverá ser acolhedor e higiénico. Deverá possuir também banheira ou zona de duche.
  • Sala de isolamento
    Pese embora seja um tema polémico, a legislação prevê e obriga a instalação de um espaço para isolar crianças doentes ou com possibilidade possuírem doença contagiosa.
  • Zona administrativa da creche
    Espaço destinado à gestão e serviços administrativos do equipamento.
  • Zona do pessoal da creche
    Sala do pessoal destinada ao descanso dos funcionários.
  • WC de adultos
    Espaço destinado aos sanitários dos adultos, sejam eles educadores, pais ou auxiliares e pessoas de mobilidade reduzida.

Espaços necessários num infantário

O infantário é um espaço fundamental na educação de uma criança, na exata medida em que representa a preparação para a entrada no ensino primário ou básico. Desse modo, os espaços necessários são os seguintes:

  • Receção e sanitários de adultos
    Zona de vestíbulo com controlo de entradas e saídas de adultos e crianças. Deverá ter ligação a um sanitário de adultos com possibilidade de albergar pessoas de mobilidade condicionada.
  • Vestiário de alunos
    Deverá ser previsto um espaço com fácil relação com a entrada onde as crianças se possam vestir confortavelmente.
  • Área de Pessoal do Infantário
    À semelhança de outros equipamentos deverá ser previsto um WC de pessoal, um vestiário com cacifos e duche e uma sala de pessoal para convívio e relaxamento dos funcionários.
  • Sala polivalente
    Espaço destinado à receção dos alunos.
  • Salas de atividades várias
    São no fundo os principais espaços de trabalho e desenvolvimento da criança. Podem ser divididas por idades ou mistas.
  • Ginásio
    Espaço destinado ao desporto. Deverá ser adequado ao número de alunos. Recreio exterior e coberto do infantário Deverá ser devidamente equipado um espaço exterior de modo a promover a sociabilização das crianças e as atividades mais lúdicas.
  • Zona administrativa com gabinetes
    É necessário pensar um espaço com gabinetes para os serviços administrativos e para reuniões com pais e educadoras de infância.

Equipamentos administrativos

Os equipamentos administrativos como os resultantes da atividade da administração local ou outros são o conteúdo desta categoria. Tratam se, portanto, de espaços onde o rigoroso cumprimento da legislação de higiene e segurança no trabalho, a par de um rigoroso controlo de custos permite garantir a sustentabilidade dos serviços, um baixo absentismo dos funcionários e uma elevada eficiência e produtividade.

Equipamentos desportivos

Os equipamentos de desporto como as piscinas, os campos de jogos, os parques de manutenção física, os ginásios e outros espaços onde se realize a prática desportiva consistem nos investimentos que incluímos nesta categoria. O conhecimento da modalidade, do público interessado na mesma, dos recursos financeiros disponíveis e dos recursos técnicos para atingir o orçamento pretendido são os temas mais importantes a tratar em cada projeto. Ou seja, a componente técnica ganha aqui uma importância enorme. Em resumo, o arquiteto é um elemento fulcral para articular todos estes aspetos.

Equipamentos judiciais e policiais

Um tribunal, uma secção de proximidade, um estabelecimento prisional, uma esquadra de polícia ou um equipamento gerido pelo ministério da administração interna ou ministério da justiça são tudo equipamentos que incluímos nesta categoria. Em suma, trata-se de equipamentos de elevado grau de confidencialidade e segurança, onde a capacidade técnica deverá ser aliada ao rigor construtivo de modo a atingir os objetivos das entidades públicas que os requerem.

Projetos de equipamentos

Os equipamentos públicos são espaços cuja utilização intensiva implicou no nosso atelier um elevado cuidado na conceção. Ou seja, o uso frequente destes espaços implicava a adoção de soluções robustas que permitam uma baixa manutenção. Assim, foi isso que fizemos em equipamentos escolares como as creches, infantários, escolas e atelier de tempos livres. Ao mesmo tempo, convém referir os equipamentos judiciais que também trabalhamos como os tribunais, secções de proximidade, sedes da administração local entre outros.