O cliente contactou os nossos arquitetos para projetar a reabilitação e restauro de uma casa tradicional em Moreira da Maia, arredores do Porto. Estes imóveis de estrutura de alvenaria e madeira exigem competências técnicas apuradas que nos orgulhamos de possuir. Impunha-se um trabalho apurado sobre o mesmo. O edifício está classificado e é atualmente património municipal.
Reabilitação de casa tradicional
Imagens
O restauro de casas classificadas
A reabilitação e restauro de casas classificadas exige hoje a presença de um arquiteto. Ao mesmo tempo, quer a Câmara Municipal da Maia, quer a DGPC – Direção Geral do Património Cultural impõem a submissão de um projeto de arquitetura. Em paralelo, durante a construção, temos de ter especial cuidado para manter as características do imóvel.
Contudo, os proprietários afastam-se destes processos por causa do preço da mão de obra e da dificuldade em proceder a alterações. O património fica assim muitas vezes ao abandono.
Neste projeto, desenhamos os espaços com as valências necessárias para as necessidades de uma família moderna dos dias de hoje. Desenhamos a remodelação total dos interiores e elaboramos o caderno de encargos para as obras de manutenção do exterior. O edifício principal e os respetivos anexos possuem uma área bruta de construção total de 340 m2.
Os Materiais ecológicos utilizados no restauro
No projeto de restauro optamos pelas técnicas de construção tradicionais uma vez que são um garante de que não há patologias futuras associadas a compostos químicos novos ou pesos excessivos para a estrutura existente. Assim, colocamos em projeto a estrutura de alvenaria de granito e vigas de madeira de carvalho como solução para as zonas a intervir. Recomendamos também o uso de argamassas de cal pois estão adequadas às tintas aquosas e permitem que as paredes sequem de eventuais excessos de humidade. Adicionalmente usamos caixilhos de madeira de Ipê pintados e portadas de madeira de pinho. Em projeto previmos cortiça no interior e todas as tintas usadas possuíam baixo teor de compostos orgânicos voláteis (COVs).
A classificação energética
A Classificação Energética antes do restauro era um F e despois do projeto de restauro é um B. Para tal resultado contribuiu a caixilharia mais eficiente, o isolamento térmico pelo interior e a introdução de salamandra a pellets.
Segundo os nossos cálculos o consumo energético anterior seria de 3300 kwh por ano e após restauro estima-se em 2200 kwh para o mesmo padrão de conforto.
O confronto entre a estética e o conforto
É importante manter a autenticidade do património de modo a salvaguardar edifícios classificados. Contudo estes edifícios só serão sustentados se tiverem uma utilização viável. Caso contrário, caem na degradação e abandono. Contudo, para serem usados têm de ter conforto térmico. Mas se alguém aplicar as técnicas mais comuns nos dias de hoje de construção toda a estética se degrada e o edifício perde autenticidade. Deste modo, usamos as técnicas tradicionais com a dose de eficiência máxima de modo a produzir um restauro equilibrado em que se salvaguarda o património em equilíbrio com o ambiente e o conforto dos habitantes.
No fundo, a casa de luxo perfeita é o património conservado e restaurado.