Os nossos arquitetos foram contratados para desenhar a reabilitação e ampliação com construção nova de uma Adega no Douro, mais propriamente em S. João da Pesqueira. Assim, a intervenção apresenta duas vertentes. Por um lado, pretende-se reorganizar a adega existente. Por outro pretende-se ampliar todos os aspetos da produção e exploração. A estratégia assentou assim na criação de uma linguagem arquitetónica de conjunto que permite associar a marca Quevedo a um edifício único e emblemático.
O edifício procura recuperar a tradição construtiva do Douro de naves longitudinais que cresceram ao longo do tempo em redor de pátios agrícolas. Deste modo o conjunto edificado consiste numa sequência de volumes de maior ou menor dimensão que geram a perceção de um pequeno aldeamento no Douro. O projeto de arquitetura consegue, portanto, transformar um edifício de enorme escala nuns conjuntos de construções devidamente integradas na envolvente.
Um edifício agrícola como uma adega possui nos dias de hoje uma forte componente industrial. Neste sentido, torna-se muito importante que o gabinete de arquitetura domine as mais recentes tecnologias de vinificação, depósito de vinhos, engarrafamento, embalamento, logística e por fim até a atividade turística.
O edifício no piso de rés do chão possui a linha de produção que começa na vinificação, ao seu lado tem os depósitos e de seguida possui o engarrafamento e embalamento, reduzindo-se desta forma todos os cruzamentos prejudiciais à atividade agroindustrial. Na zona norte encontram-se os espaços de reunião e provas que acolhem a atividade turística. Nas caves encontram-se os depósitos de vinhos mais antigos e as provas de vinhos ligadas à atividade turística. Existe ainda um percurso em mezanino sobre toda a atividade industrial onde o turista pode observar todo o processo de produção sem interferir com a segurança e produtividade das instalações.
Os componentes fundamentais da adega foram cuidados ao pormenor:
-Vinificação
Optamos por uma nave conjunta pois permita a máxima flexibilidade e a incorporação de tecnologia recente.
-Depósitos
Desenvolvemos o máximo de controlo térmico e de eficiência energética garantindo excelente qualidade para o vinho.
-Engarrafamento
Criamos uma linha em formato ‘U’ garantindo o mínimo de mão de obra e o máximo de eficiência.
-Embalamento
Desenvolvemos um espaçamento de paletes e corredores otimizado de modo a aumentarmos a capacidade de armazenamento.
-Turismo
A atividade turística desenvolve-se em paralelo com a industrial. Mas progride sem interferir com os processos de transformação ou transporte de produtos.
Setembro 9, 2019
Arquitetura, Indústria, Reabilitação