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Reabilitação do Prédio Alvarenga

A Câmara Municipal de Torres Novas pretendia reabilitar o famoso Prédio Alvarenga doado à autarquia pela família. Procuramos reconstruir todos os elementos relevantes do ponto de vista histórico e arquitetónico criando um novo museu flexível e sustentável. O projeto cria permanentes ligações com a cidade através de varandas, janelas, terraços e percursos que revelam a cidade e o património. Em suma, assim nasceu o novo núcleo de arqueologia do museu de Torres Novas.

Imagens

A Reabilitação do Prédio Alvarenga e do património edificado de Torres Novas
A Reabilitação do Prédio Alvarenga e do património edificado de Torres Novas
Núcleo de Arqueologia do Museu de Torre Novas e as muralhas
Núcleo de Arqueologia do Museu de Torre Novas e as muralhas
Fachada de tardoz do novo Prédio Alvarenga
Fachada de tardoz do novo Prédio Alvarenga
Esplanada com vista para a cidade de Torres Novas
Esplanada com vista para a cidade de Torres Novas
Auditório do Museu com vista para a muralha e jardim
Auditório do Museu com vista para a muralha e jardim
Auditório ao ar livre com tratamento acústico
Auditório ao ar livre com tratamento acústico
Arco de adobe junto ao átrio de entrada do museu
Arco de adobe junto ao átrio de entrada do museu
Janelas das Oficinas de arqueologia e restauro
Janelas das Oficinas de arqueologia e restauro
Escadas e entrada das salas de exposição
Escadas e entrada das salas de exposição
Sala de exposição do Núcleo de Arqueologia
Sala de exposição do Núcleo de Arqueologia
Escadas com mezanino sobre o átrio de entrada
Escadas com mezanino sobre o átrio de entrada
Bar na cobertura com vista para muralha jardim e cidade
Bar na cobertura com vista para muralha jardim e cidade

A história do novo museu de Torres Novas

A Câmara municipal de Torres Novas lançou um concurso público para a reabilitação do prédio Alvarenga em Torres Novas. O projeto pretendia a instalação do novo Centro de Interpretação de Arqueologia e História da Cidade. Tendo a proposta da Utopia – Arquitectura e Engenharia ficado em primeiro lugar seguiu-se a adjudicação e consequente desenvolvimento do projeto. A arquiteta Susana Barros Vilela apresenta publicamente o trabalho em 2019. Dado o carinho da população pelo edifício Alvarenga, há enorme interesse por parte da população em ver a obra concluída. A empreitada termina em 2023 e o edifício recebe o título de Núcleo de Arqueologia do Museu de Torres Novas.

O projeto de arquitetura

O conceito do projeto de arquitectura assenta na salvaguarda do património edificado e na sua adaptação às necessidades de hoje e do futuro. Em paralelo o projeto pretende estabelecer um diálogo com a cidade. homenageando o esplendor cultural da cidade de Torres Novas.

A estratégia de reabilitação

Para tal havia que demolir as edificações que descaracterizavam a cidade, restaurar tudo o que fosse possível e completar o edifício com uma modernidade sensível à cidade. A intervenção no edificado é assim cuidadosa como um trabalho de arqueologia, salvando os aspetos valiosos e retirando as fontes de ruído. Assim, o projeto restaura a muralha Fernandina e todas as cantarias da fachada antiga. Ao mesmo promovemos a demolição dos velhos depósitos de água e garagens em betão. Em paralelo, a proposta de arquitetura restaura a antiga volumetria do prédio Alvarenga e desenha um novo elemento em vidro na cobertura das fundações dos depósitos de água. Este elemento acaba por unir todo o conjunto. Na relação com a muralha é criada uma escada em caracol que permite não só aceder ao auditório do jardim como apreciar a muralha.

Um edifício público aberto à cidade

A intervenção no edificado é organizada de modo a que se garanta a flexibilidade de usos no futuro. O projeto instala um elevador que garante a acessibilidade a todos os pisos e a todos os locais.
Ao mesmo tempo as quatro zonas que compõem o edifício são acessíveis autonomamente: Oficinas nos depósitos, bar na cobertura, auditório no jardim, salas de exposição no antigo prédio Alvarenga. Esta estratégia permite instalar futuramente diferentes programas museológicos ou usos no património reabilitado.
Em paralelo, cada um dos espaços do edificado abre-se para a cidade. As salas de exposição têm janelas e varanda para a rua, a recepção e circulação tem luz natural e acesso pelo gaveto nos dois pisos. O auditório exterior tem a muralha e o jardim como cenário. O bar da cobertura tem as vistas fantásticas sobre a cidade e a muralha. As oficinas têm acesso pela rua e vistas para o jardim em frente.

Núcleo de Arqueologia do Museu de Torres Novas

A instalação do Núcleo de Arqueologia do Museu de Torres Novas foi um processo natural. Uma vez que o edifício tem um projeto flexível, o museu integra-se facilmente no edificado.

A organização do Núcleo de Arqueologia do Museu

O museu possui a recepção acessível pela Rua General António César de Vasco. A partir da recepção podemos aceder aos quartos de banho e às oficinas de formação e restauro. Também a partir da recepção é possível aceder ao auditório e jardim da muralha, bem como à sala de exposição inferior. Por fim, e ainda desde a recepção é possível aceder ao elevador que nos leva para a sala de exposição dupla do piso superior e ao bar da cobertura. O trajeto do elevador pode ser alternativamente percorrido por escada e assim desfrutar do foyer de luz natural.

Um museu mais ecológico

Acreditamos num futuro sustentável e procuramos levar a ecologia aos espaços públicos em geral e aos museus em particular. Recorremos à reciclagem de materiais, à eficiência energética e à maximização dos ganhos solares e ventilação natural.

Reciclagem de materiais

A reabilitação é a forma mais eficaz de reduzir a pegada ecológica. Tudo quanto mantivermos representa recursos que não gastamos. Assim reabilitamos tudo o que podemos, desde cantarias a um arco original em adobe que deixamos no meio da sala de exposição do piso 0.

Luz e ventilação natural

Os museus são frequentemente espaços fechados. O projeto de arquitetura procura questionar este aspeto e desafiar este preconceito. Todos os espaços possuem luz solar e ventilação natural, baixando os consumos de energia e abrindo o edifício à comunidade.

Eficiência energética

Dotamos todo o edificado de extraordinária eficiência energética fazendo com que a climatização tivesse um papel secundário no edifício. Reduzimos assim adicionalmente os
gastos energéticos.

O museu como exemplo de preservação cultural

Neste projeto pretendíamos que o Prédio Alvarenga fosse também ele museu. No fundo procuramos fazer um museu de si próprio. Para tal, durante a construção foram feitas escavações arqueológicas. Ao mesmo tempo recuperamos as escadas exteriores em pedra, bem como arcos de tijolo de adobe e os trabalhos de cantaria e arcos das janelas. Adicionalmente fizemos questão que as oficinas se colocassem nas fundações dos depósitos de água e preservados os seus arcos. Por fim, propusemos um auditório no jardim para garantir que a muralha fosse acessível e visível de todo o lado. Procuramos a cobertura em telha plana de modo a integrarmos o edifício público com sofisticação na paisagem urbana. Por fim, pintamos o edificado com as cores do adobe, homenageando os seus construtores.
Em suma, fizemos questão de pintar em cada janela, varanda, terraço ou jardim, as vistas para a maravilhosa cidade de Torres Novas.

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