Os arquitetos e o coronavírus
Em ambiente de trabalho os arquitetos comprometem-se a seguir as orientações de instituições como o ministério da saúde e a organização mundial de saúde. Estas organizações recomendam a lavagem frequente de mãos e, numa primeira fase de combate o uso preferencial do teletrabalho. Numa segunda fase de combate é recomendável um distanciamento social ou o usos de máscaras não cirúrgicas ou viseiras de modo a reduzir o risco de contágio e a não criar constrangimentos aos profissionais de saúde que necessitam de equipamento cirúrgico.
Propomos o mesmo aos nossos clientes, dando sempre a oportunidade de realização de videoconferências e no caso de realização de reuniões nas instalações temos os recursos disponíveis para fazer cumprir as recomendações das organizações de saúde.
As pandemias já ocorreram na história, em particular no século passado, e como tal, podemos aprender com as estratégias e erros do passado.
As soluções de projeto que mais eficazmente combatem as epidemias são já utilizadas pelos arquitetos da Utopia. Se, entretanto, reforçarmos os projetos com medidas específicas para o combate ao coronavírus podemos com segurança encarar este momento como uma oportunidade para elaborar cada vez com mais eficácia uma arquitetura de qualidade para todos.
Epidemias ao longo da História e seu impacto na Arquitetura
Ao longo da História sempre houve epidemias. Na idade média a peste negra fez com que as cidades se fechassem entre muralhas e exigissem confinamento e restrições à entrada de estranhos à mesma. Muitas das medidas preventivas contribuíram para o agravamento das epidemias como o erro de eliminar gatos. Os gatos eram associados à transmissão da doença. Contudo o transmissor era o rato. A morte dos gatos ainda piorou o número de contágios. Em suma, temos de aprender com estes erros e não permitir que o pânico piore os resultados da epidemia.
O século XIX
No século XIX várias epidemias assolaram o nosso território. A resposta foi pela primeira vez a fuga para o entorno da natureza. Foram construídos edifícios conhecidos como sanatórios nas montanhas, nas florestas, nas zonas verdes próximas das praias. Estes edifícios eram usados para recobro dos enfermos de classe mais elevada. Ao mesmo tempo, surgem espaços como largas varandas, estufas de plantas, espaços exteriores pavimentados e janelas mais generosas. As casas de banho tornam-se finalmente essenciais na habitação e são instaladas na generalidade dos prédios urbanos. Há também investimentos públicos significativos em saneamento e higiene. As ruas passam a ser limpas regularmente e surgem parques ajardinados no interior das cidades. O combate às epidemias, paradoxalmente ou não, acabou por melhorar a longo prazo a qualidade de vida nas cidades e no campo, assim como melhoraram a saúde e higiene dos cidadãos, aumentando a esperança de vida.
O século XX
No início do século XX, as epidemias que assolaram o território europeu como foi o caso da pneumónica ou gripe espanhola foram também transformadoras dos projetos de arquitetura. O impacto da epidemia foi tal que surge a necessidade de criar uma nova arquitetura que privilegie a radiação solar com janelas francas e ventilação natural.
Os arquitetos passam a defender ruas largas, mais arborizadas que permitam fazer chegar o sol e ar puro a todos os cantos da habitação. Surge a cobertura horizontal e o uso de terraços para banhos de sol saudáveis. As casas de banho passam a ser instaladas em todos os sectores da casa. As lavandarias e as cozinhas são também espaços que passam a ter equipamentos específicos que promovem a higiene e saúde. A periferia das cidades passou a ser vista como o espaço mais saudável para viver.
Assim uma vez mais a sociedade arranja novas soluções que melhoram a vida das pessoas. Contudo, os centros históricos passam a ser vistos como promotores de doença e são vistos como um problema a demolir. Novamente as boas soluções são acompanhadas de exageros e erros que penalizam a nossa qualidade de vida.
A vaga higienista
Nos anos 60 do século passado surgem as grandes vagas legislativas. Os edifícios passam a ter que ter obrigatoriamente ventilação em todos os espaços, luz natural mínima, áreas mínimas, acabamentos que permitam a limpeza, infraestruturas de água e esgotos com capacidade mínima, etc. Os edifícios têm de ter afastamentos mínimos que permitam a entrada de sol. Todas as habitações legais passam a ter de ser servidas por água e esgotos. Enfim, todo um corpo legislativo com vista a garantir que as epidemias são combatidas. Grandes avanços ocorrem na higiene e saúde da população novamente. Mas infelizmente, os exageros também ocorreram e largas zonas dos centros históricos são demolidas pois eram consideradas fontes de doença.
Medidas de combate ao COVID-19 no Projecto de Arquitectura
É natural que se acumule ao longo do tempo cada vez mais legislação promovida pelos agentes de saúde em coordenação com os arquitetos que venham a complementar esta informação. Contudo, A Utopia é um gabinete de arquitetura proactivo e nesse sentido propomos desde já medidas que já implementamos ou consideramos importante incluir sempre que possível. Contudo, é importante referir que estamos sempre disponíveis para as rever caso existam exageros. Em todo o caso, as generalidades das medidas já eram aplicadas por nós pois constituem boas práticas de higiene e saúde. Geralmente são resultantes de três conceitos: distanciamento social, higienização e controlo de acessos.
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Máxima área exterior permeável e arborizada
- Áreas exteriores arborizadas melhoram a qualidade do ar e consequentemente reduzem o risco de complicações respiratórias.
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Entradas nos edifícios com acesso a espaços amplos
- Os vestíbulos amplos permitem distanciamento social e impedem a transmissão de doenças por contágio em caso de epidemia.
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Máxima radiação solar possível
- As fachadas devem ter a máxima radiação solar possível, devendo ser aumentadas sempre que possível as áreas envidraçadas. Contudo devem ser protegidas com proteções exteriores e evitados exageros.
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Máxima renovação do ar
- Devemos utilizar a ventilação transversal de modo passivo garantindo que o ar é renovado continuamente.
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Facilitar a higiene dos equipamentos
- Evitar equipamentos de climatização que necessitem de filtros ou condutas de ar. Ao mesmo tempo equipamentos de cozinha ou casa de banho devem sempre ser de facil higienização.
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Acabamentos de fácil higienização
- Utilizar acabamentos que não se degradem ou acumulem partículas e permitam uma limpeza regular e desinfeção completa.
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Quarto de banho de serviço acessível à entrada
- Devemos lavar as mãos junto ao vestíbulo ou diretamente a partir das zonas de circulação.
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Entrada com lavagem de pés
- Sempre que possível deverá integrar-se um lava-pés junto à porta de entrada para higienização dos pés.
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Vestíbulo com acesso próximo a sapateira
- Próximo do vestíbulo deverá haver um armário para substituição do calçado exterior por calçado interior.
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Possibilidade de utilização de casas de banho privativas
- Deverá haver uma casa de banho que possa ser afeta a um quarto isolado para infetados sobretudo na habitação.
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Prioridade ao controlo de entradas
- Controlar quem entra e onde é mais do que uma medida de segurança, uma vantagem no combate à propagação de doenças infeciosas.
Medidas de combate ao coronavírus no Gabinete de arquitetura
Acreditamos que o nosso local de trabalho pode e deve ser mais seguro que a nossa própria casa. Assim implementamos um conjunto de medidas que estamos sempre disponíveis a rever de acordo com as recomendações das entidades de saúde.
- Lavagem frequente de mãos
- Funcionários ou clientes têm acesso à casa de banho para higienizarem as mãos. Mesmo assim disponibilizamos gel para higienização de mãos nas mesas de reunião.
- Recurso ao teletrabalho
- Sempre que necessário por deliberação oficial o atelier de arquitetura trabalha com todos os seus colaboradores e funcionários em teletrabalho sem prejudicar os prazos do desenvolvimento dos projetos. Isto é possível pois temos a nossa informação em servidores protegidos e como tal estamos bem preparados para esta eventualidade.
- Recurso à videoconferência
- Sempre que o cliente o desejar ou por deliberação das autoridades estamos preparados para efetuar videoconferências pelas aplicações populares como Skype. Whatsapp, Zoom, etc
- Visitas às obras
- Fazemos as visitas às obras sempre com material adequado de acordo com as recomendações oficiais.
- Reuniões com clientes mediante marcação
- Efetuamos as reuniões com os clientes no nosso escritório mediante marcação para garantir a higiene e conforto necessários.
As obras da Utopia no combate à Epidemia
As obras que constam do Portfolio da Utopia são um exemplo de como as boas práticas de projeto geram edificações completamente preparadas para ultrapassar períodos de confinamento em perfeito conforto. Ao mesmo tempo as obras que projetamos permitem uma fácil higienizarão de todos os espaços e renovação de ar verdadeiramente eficiente. Destacamos ainda a relação com a Natureza que tanto promove o confinamento em conforto como protege o ambiente em que vivemos. Não podemos deixar de referir a importância que damos a funcionalidade e ao controlo da radiação solar, praticas que não só facilitam a vida em isolamento como permitem a redução da propagação da epidemia.
Impacto do coronavírus no Imobiliário
É sempre difícil fazer previsões ou tirar conclusões durante uma pandemia. Na realidade, o balanço só poderá ser feito muito tempo depois da pandemia passar. Contudo, o passado dá-nos pistas para o futuro e permite-nos tirar conclusões certeiras.
Grandes transformações são necessárias nos serviços de turismo, restauração e transportes. Haverá medidas restritivas à capacidade instalada e como tal estes estabelecimentos, para serem viáveis terão de subir na escala de valor. A qualidade da arquitetura quer para o cliente quer para o funcionário é assim mais importante que nunca.
Mudanças importantes na habitação surgem também. Há uma maior valorização da casa pois pode ser necessário estar em confinamento. Assim a habitação tem de ser funcional, eficiente, permitir acesso cómodo, rápido e em segurança e higiene desde o exterior. O estacionamento privativo ganha novo valor assim como a habitação unifamiliar. A verdade é que hoje valorizamos as casas com suite, vestíbulos generosos, muita luz, jardim e estacionamento privativo.
Os locais de trabalho como escritórios têm de rever a capacidade instalada para permitir incorporar as medidas de distancianciamento e combate ao vírus. Escritórios amplos ou com acesso a estacionamento privativo são novamente valorizados.
As dificuldades de liquidez das empresas decorrentes da epidemia fazem com que mais que nunca seja dada especial atenção à produtividade, custos de manutenção, eficiência, qualidade e higiene dos locais de produção.