Arquiteto para lar de Idosos
Escolher um arquiteto para um lar de idosos é uma tarefa de extrema importância na exata medida em que condiciona enormemente o sucesso do investimento. Se é certo que o mercado alvo é analisado pelo investidor, é também evidente que grande parte das respostas a esse mercado são do foro técnico e do conhecimento de um profissional com experiência em programas geriátricos.
Deste modo, o arquiteto pode garantir que os espaços do lar estão de acordo com as necessidades funcionais e culturais dos futuros utentes do mesmo. Isto é, não é a mesma coisa decorar um espaço para um segmento alto ou médio baixo. As escolhas deverão também ter em conta o investimento inicial disponível e os custos de manutenção. O arquiteto é o profissional indicado para o apoiar nessas decisões.
A importância da legislação
É conveniente referir que um lar de idosos é um programa altamente condicionado do ponto de vista legal. Existe uma enorme diversidade de legislação que incide sobre este investimento. Conhecê-la é fundamental. Condiciona o investimento e interfere de enorme maneira na sua gestão. O cumprimento da mesma é verificado regularmente por entidades públicas e o seu incumprimento é razão suficiente para suspender a atividade. Informe-se previamente junto do nosso gabinete de arquitetura sobre todas as questões que o preocupam.
Tipos de Lares de Idosos
Embora o mercado seja altamente regulado do ponto de vista legal, verificamos que neste momento existem algumas tendências no que diz respeito ao tipo de serviço prestado e aos mercados que o acedem preferencialmente.
ERPI
A sigla significa Estrutura Residencial para Pessoas Idosas. Embora pouco conhecida popularmente esta é a denominação que muita da nossa legislação prevê. Contudo, na prática é exatamente a mesma coisa que um lar de idosos. Em suma possui as mesmas exigências legais com uma sigla mais institucional.
Residência Sénior
Mesmo sendo licenciado exatamente como um lar, alguns equipamentos procuram assumir um carácter mais próximo do que poderia ser uma residência. Privilegia-se a dimensão mais pequena no equipamento, com menor número de camas e um atendimento mais personalizado.
Equipamento Geriátrico
É no fundo o protótipo daquilo que a legislação pretende. Trata-se de um lar altamente equipado com todos os requisitos que a lei prevê e com enormes otimizações de custo. A componente médica é fundamental e é orientado sobretudo para um segmento baixo e médio.
Hotel Sénior
Trata-se de um lar de idosos localizado em ambiente turístico e destinado a um público que frequenta estes equipamentos. É, todavia, um investimento destinado a um segmento alto.
Residências assistidas
Trata-se de apartamentos que associados a um lar de idosos disponibilizam todos os cuidados necessários à vida do idoso sem que este tenha de necessariamente conviver com quem não pretende. É um serviço para quem pretende total independência e pertence a um segmento elevado.
Lar com serviço ao domicílio
É uma tendência do mercado clara. Uma enorme quantidade da população gosta de envelhecer em dignidade na sua própria casa, seja por razões culturais ou económicas. Os lares têm de estar preparados para esta evolução e disponibilizar meios humanos e materiais qualificados para dar apoio a idosos. Necessitam de viaturas e espaço para a logística envolvida, mas é sem dúvida um investimento de futuro.
Espaços necessários num lar de idosos
Um lar de idosos deverá possuir impreterivelmente um conjunto mínimo de espaços necessários de acordo com a legislação em vigor. Essas funções ou valências estão divididas entre zona pública e zona de serviço.
Zona pública
Incluímos na zona pública os espaços obrigatórios que poderão ser visitados pelos utentes e familiares mais regularmente.
- Átrio ou Receção
- Espaço de vestíbulo para receber visitantes ou utentes.
- Sanitários
- Casas de banho divididas por género e incluindo acesso a pessoas de mobilidade reduzida ou condicionada através de espaço autónomo ou integrado em cada género.
- Sala de convívio
- Zona de relaxamento e estar destinada à sociabilização entre utentes ou com visitantes. A sua dimensão deverá ser proporcional à capacidade de alojamento.
- Sala de refeições
- Espaço destinado às refeições comuns dos utentes. A área deverá estar de acordo com o número de idosos alojados. Deverá preferencialmente incluir uma copa de limpos e de sujos.
- Quartos dos idosos
- A lei prevê um número máximo de quartos por ala e um máximo de idosos por quarto. Os quartos poderão ser individuais, duplos ou superiores. Todos deverão possuir um sanitário privativo com as dimensões mínimas para pessoas de mobilidade condicionada.
Zona de serviço
Incluímos na zona de serviço os espaços obrigatórios que só podem ser visitados quando acompanhados por funcionários ou que se destinam ao uso destes. .
- Cozinha e copa
- Deverá estar devidamente ligada a uma entrada de serviço, depósito de lixos, arrumos de comida seca e frios e finalmente a arrumos de limpeza.
- Sala de banho assistido
- Dependendo do número de idosos e da área do piso poderá ser necessário incorporar uma casa de banho autónoma para pequeno cuidados médicos e para providenciar banhos a idosos.
- Administração e gabinete de atendimento
- Deverá ser prevista uma zona administrativa com possibilidade de atendimento público de modo a permitir reuniões com familiares, fornecedores ou técnicos de Acão social ou jurídica.
- Zona técnica do pessoal
- Deverá possuir uma entrada de serviço autónoma (preferencialmente poderá dar também acesso à cozinha) e incluir wc do pessoal e vestiários (com cacifos e duche) e respetiva sala do pessoal para descanso dos funcionários.
- Arrumos gerais e da limpeza
- Trata-se da zona prevista para armazenar mobiliário e produtos e utensílios de limpeza.
Centro de dia
Muitos lares acabam por incorporar um serviço altamente ajustado aos dias atuais e que se denomina centro de dia. Trata-se no fundo de um espaço ou serviço em que se praticam todas as atividades previstas e ajustadas a idosos com a exceção da dormida.
Os idosos poderão conviver, aprender novas competências, sociabilizar e desenvolver atividades físicas e rastreios médicos. Mantêm, todavia, o seu quarto na sua residência e deslocam-se autonomamente ou com auxílio para casa. Este modelo apresenta custos mais baixos e acaba por representar melhores resultados fruto do envelhecimento ativo que proporciona.